AMD em direção à computação de alta performance

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AMD firme em direção à computação de alta performance: lançou nova linha de processadores para laptops e placas gráficas Radeon — em segmentos nos quais a empresa ainda não conquistou o seu devido lugar.

 

Mal começou o ano e a tradicional feira americana do consumidor de eletrônica (CES ou Consumer Electronics Show) dá ensejo ao show de apresentação dos novos processadores AMD para desktops, laptops (notebooks) e adaptadores gráficos.

O circo midiático promovido pela empresa, com a presença da infatigável Dra. Lisa Su, está resumido neste vídeo compilado pelo site Engadget:

 

 

Basicamente, a AMD começou este ano a lançar antecipadamente processadores dedicados para as áreas na quais a empresa ainda não dominou com vigor o mercado de alguns segmentos.

Isto se dá principalmente na área de laptops e notebooks, com a introdução dos processadores de alta performance da linha 4000, capazes de operar com até 8 núcleos de computação, mas com TDP de cerca de 45 Watts, prometendo assim uma vida estendida no consumo das baterias.

Um exemplo é do processador Ryzen 7 4800H, com 8 núcleos, 16 linhas de execução de códigos, reforço (“boost”) de batimento para até 4.2 GHz, e ainda incorporando 7 núcleos Radeon (gráficos), tudo isso com um TDP de apenas 45 Watts.

Na área de cartões gráficos a AMD avança com a presença agora da linha nova, estrelando o adaptador Radeon RX 5600 XT, a ser lançado este ano.

É bem possível que grande parte do sucesso atual da AMD tenha acontecido pela presença de Lisa Su, cujo bacharelado e pós-graduação em engenharia nos Estados Unidos acabou levando-a a Diretora Executiva (CEO) da AMD.

Entrevistada pela revista Fortune, ela declara que a chave da evolução tecnológica da AMD através dela se deu através de um fator importante, que é a constante comunicação com os seus subordinados e projetistas.

E muito embora o seu cargo não envolva engenharia, ela frequenta os laboratórios constantemente para conversar, trocar ideias e acompanhar a evolução dos diversos grupos de desenvolvimento.

A entrevista da Fortune foi pública e apresentada no ano passado pelo YouTube:

 

A evolução da linha de processadores na linha do tempo

A AMD, empresa fundada nos Estados Unidos há cerca de 50 anos, sempre viveu à sombra da Intel, que foi durante décadas a grande inovadora na área de processadores.

Durante anos os processadores AMD, alguns bons e outros nem tanto, nunca foram páreo para competir com a Intel. Mas, esta última também cometeu alguns erros, entre os quais deixar os preços de componentes escalar a um ponto que os tornou difíceis de serem adquiridos pelo usuário entusiasta, e isso continua até hoje.

A grande transformação na AMD começou quando a empresa entendeu que a linha de evolução do processamento de dados começa pelo investimento na Computação de Alta Performance, cuja sigla em inglês é HPC (High Performance Computing).

O princípio básico pelo qual o modo de operação com HPC funciona é multiplicar o número de CPUs no mesmo sistema. Com a entrada dos primeiros processadores AMD capazes de rodar em modo HPC, os firmwares das placas mãe introduziram um comando para habilitar o HPC no BIOS, e ser reconhecido pelo sistema operacional como tal. Atualmente, este comando não aparece mais, sendo automaticamente acionado pelo sistema.

A chave para se ter HPC funcionando em um dado sistema é a microarquitetura das CPUs, que passaram a incorporar múltiplos núcleos, cada um deles com capacidade de funcionar como uma CPU independente. Os chamados super computadores usam dezenas de CPUs com esta finalidade. Dentro dos desktops chegou-se a aplicar placas mãe com 2 CPUs, o que tornava o sistema muito caro, mas isto acabou com as CPUs de múltiplos núcleos.

Com a introdução das Ryzen multiplicaram-se também as linhas de processamento de dados. Assim, 8 núcleos começaram processando duas linhas por núcleo, em um total de 16. A evolução desta arquitetura garantiu a distribuição do controle de memória para cada linha de execução.

Mas, somente isso não basta. É preciso que o aumento de potência de processamento seja acompanhado de um gasto de energia e necessidade de arrefecimento proporcionalmente menor. A AMD perseguiu esta noção de eficiência e agora se vê o fruto desse trabalho na nova linha 4000 feita para laptops.

Hoje se percebe que a linha de processadores Ryzen iria chegar inevitavelmente ao limite, dentro deste quesito, e assim a AMD lançou a linha Threadripper, chip de tamanho maior, para um segmento de mercado anteriormente ignorado, aquele que a empresa classifica como de “criadores”, ou seja, profissionais da área de criação de mídia, para cinema, TV, etc.

A renderização de imagens de cinema geradas pelas interfaces gráficas atualmente usadas, por exemplo, exige estações de trabalho cada vez mais poderosas. No ano passado, a AMD trabalhou em parceria com processadores Threadripper super eficientes, e dedicados às estações de trabalho nesses tipos de estúdio.

Se alguém prestar atenção, todos os níveis e classes de usuário são contemplados. Se a carga de trabalho for crucial, a solução está nas CPUs Threadripper ou até nas Ryzen 9 de terceira geração. Mas essas CPUs são muito caras, podendo chegar ao valor de cerca de 4000 dólares.

Se for para aplicações científicas, não haverá, tenho certeza, necessidade de tamanho poder de processamento, talvez exceto por certos modelos experimentais. Eu fiz durante anos cálculos de estatística e processamento de dados do laboratório com Intel 8086, 80286, 80386 e Pentium, que não chegavam a 1 GHz, sem nenhuma dificuldade, agora imaginem com os processadores posteriores. Por isso, me arrisco a dizer que para o uso mais básico neste tipo de aplicação, os novos processadores excedem a necessidade do uso.

Recentemente, eu montei um micro para o meu filho, que consiste de uma placa Gigabyte com chipset X470 e um processador Ryzen 5 2600X, e mais 16 GB de DRAM G.Skill e placa gráfica GTX 1660. O sistema roda atualmente com o BIOS F50, mais rápido do que o meu computador, e infinitamente superior à carga de trabalho que ele precisa, e por um custo relativamente modesto.

Eu vejo muita gente pela Internet conseguindo montar máquinas de games por preço relativamente módico. Agora, é bem possível que este segmento se utilize dos novos laptops ou notebooks com a mesma finalidade.

Em última análise, outros segmentos profissionais irão ganhar autonomia de funcionamento nas máquinas móveis, em quesitos como tempo útil de bateria e velocidade de processamento em geral, muito úteis para que leva equipamentos portáteis às conferências ou áreas de estudo ou trabalho.  Outrolado_

. . .

 

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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