Navegador Vivaldi é boa alternativa para o Firefox

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A quantidade de navegadores disponíveis hoje dia é muito grande. Eu achei no Vivaldi, baseado no Chromium, uma boa alternativa como plano B para o Firefox, que uso até hoje.

 

Depois de muito tempo navegando na Internet com comandos de texto, eu finalmente consegui um acesso discado para a World Wide Web, onde iria ver, pela primeira vez, imagens junto com o texto. Mas, não sei antes implorar para ter este acesso a um administrador do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que nesta época estava localizado no campus da UFRJ na Praia Vermelha.

O navegador mais importante e atual naquele momento da década de 1990 era o Netscape Navigator, que tem um histórico belíssimo e infelizmente cercado de rasteiras e ações judiciais, protagonizada pela ambição da Microsoft, quando esta decidiu incorporar o Internet Explorer junto com a instalação do Windows.

 

O Netscape era acompanhado de um cliente de e-mail, na forma de uma suíte, e era distribuído em disquete de 3 ½”, às vezes na capa de alguma revista de banca.

Antes dele havia aparecido um navegador chamado Mosaic, escrito por um estudante da Universidade de Illinois, que foi o primeiro programa escrito para Windows, que não vinha com este recurso.

Eu cheguei a ver o Mosaic funcionando, mas desisti de usá-lo, até porque o seu criador havia pulado fora do ambiente da Universidade de Illinois, que havia desativado o Mosaic. Uma vez fora, Marc Andreessen se juntou com outros, para depois criar o Netscape.

Pelo Netscape foi criada a conexão de segurança chamada de Secure Sockets Layer (SSL). De tempos para cá este protocolo evoluiu para o Transport Layer Security (TLS), usado até hoje. Outra evolução importante de segurança foi o HTTPS, mistura de HTTP e SSL/TLS. Com o HTTPS é possível ter acesso ao hipertexto de forma criptografada.

A briga do Netscape com a Microsoft aconteceu debaixo de vários tipos de percalço. A Microsoft conseguiu licenciar a máquina (“engine”) de funcionamento do Mosaic e criou o Internet Explorer, fornecido junto com o Windows. Esta máquina, batizada de Gecko, foi também usada na construção do Firefox, junto com outras tantas inovações.

Evolução do Firefox

O Netscape deu seu lugar ao Firefox, originário da Mozilla Foundation, cujo maior e mais importante mérito foi o de ser construído com código aberto e com a colaboração de uma miríade de programadores.

O Firefox foi lançado em 2004, e junto com ele a Mozilla Foundation incorporou o previamente lançado Thunderbird, cliente de e-mail baseado no mesmo código fonte e com proteções de diversos tipos.

O Firefox foi um sucesso desde o seu lançamento em 2004. Eu não me lembro mais quando abdiquei do Netscape e instalei o Firefox. A versão atual do Firefox no meu computador é a 80.0, de 64 bits.

Por ser de código aberto o Firefox foi modificado por grupos independentes. Uma das versões paralelas que persiste até hoje é a de um projeto chamado de Sea Monkey. O Firefox rodou anacronicamente em 32 bits, e depois que ele e suas variantes começaram a estar disponíveis em 64 bits, uma série de complementos passou a não funcionar. Esses empecilhos levaram anos para serem contornados, e agora a gente nem se lembra a partir de que versão tudo passou transparente na edição de 64 bits.

Talvez uma das piores consequências da disputa entre o Internet Explorer e outros navegadores, como o Firefox, foi a criação de páginas que só rodavam no Explorer e não nos outros. Programadores do Firefox criaram então uma extensão que emulava o Internet Explorer dentro do Firefox. Isso depois ficou para trás, e ironicamente o Firefox chegou a um tal ponto do seu desenvolvimento que ele suplantou não só o Internet Explorer como os seus concorrentes, em termos de renderização de páginas.

O projeto do Chromium

A introdução do Chromium, colocou em disponibilidade um código aberto que vem sendo usado com sucesso não só no Google Chrome como em vários outros navegadores, tais como Brave, Opera, Safari (Mac), e finalmente na última versão do Edge.

A máquina operacional do Chromium o torna muito veloz. O seu navegador Chromium é parte de um projeto mais ambicioso. O Google Chrome é uma extensão do Chromium, mas baseado na mesma máquina operacional.

O navegador Vivaldi é baseado no Chromium, mas muito modificado

O Vivaldi é uma máquina Chromium extensamente modificada, a meu ver a melhor encarnação deste tipo até hoje, dentre aquelas que eu já testei!

 

Eu andava pesquisando uma alternativa plano B para o Firefox, e resolvi testar o Vivaldi. Não há dúvida de que as preferências por programas, inclusive navegadores, é muito pessoal, cada usuário se adapta melhor ao seu jeito de navegar, e comigo não foi diferente!

Uma das coisas que me atraiu no Vivaldi foi a disponibilização de recursos de tela, e um menu de configuração bastante eclético. O navegador já vem com o bloqueio desejável de rastreamento, às vezes criminoso, feito por alguns sites. O rastreamento pode ser útil, dependendo do que se acessa, mas ele não deixa de ser uma tremenda invasão de privacidade!

A versão instalada foi a 3.2.167.47. O instalador reconhece a máquina e automaticamente escolha a versão em 64 bits! Os bloqueadores fazem parte da instalação default, mas os ajustes podem ser modificados:

 

Um dos recursos do Vivaldi é a capacidade de importar o que o usuário desejar de outro navegador. Ele vasculha o perfil usado e resolve tudo imediatamente. No meu caso, eu escolhi a importação dos meus dados do Firefox, e assim ele me deu a alternativa de usar o navegador como plano B. Alguns complementos do Firefox não foram transportados pelo Vivaldi, pelo fato de ele precisa usar algoritmos feitos para o Chromium. Mas, é possível instalar complementos iguais ou similares diretamente da loja do Google.

Independente disso, o Vivaldi tem vida própria, e é totalmente customizável. Para extensões, ele usa as do Chrome, acessível no menu de Ferramentas (“Tools”).

A instalação propriamente dita é muito versátil. Eu pude escolher a linguagem de interface com o usuário, mas esta escolha pode ser mudada depois do programa instalado. Além disso, dicionários de outras línguas podem ser instalados e usados, o que é útil em muitos momentos.

Durante o uso, o número de recursos é enorme e as telas das abas modificáveis a critério do usuário. Ao contrário do Firefox, o Vivaldi não precisa de tantos complementos para tornar a navegação limpa. No Firefox eu uso a extensão Disconnect, para me livrar do habitual lixo e da invasão de privacidade, que em alguns casos, me aborrece. Já no Vivaldi eu não precisei fazer nada a este respeito.

Em termos de velocidade no download de páginas, ambos Firefox e Vivaldi são equivalentes, a despeito da fama do Chromium ser mais veloz. Até agora, eu só tinha visto o Edge na sua última versão como um navegador Chromium veloz, mas o Vivaldi suplanta o Edge em facilidade de adaptação ao uso diário e recursos mais fáceis de usar.

O Vivaldi é oriundo de uma empresa criada por um dos desenvolvedores do Opera. Eu testei o Opera uma vez, mas por motivos que eu não me lembro, não fiquei satisfeito. Mas, é uma situação parecida com a do Netscape versus Firefox, onde um dos seus criadores desenvolve as suas ideias em outro lugar.

Post scriptum:

A primeira página da Web que eu a minha família vimos baixada no Netscape foi a do Jornal do Brasil, o primeiro jornal a ter uma página na Internet. Foi eletrizante naquele momento ver o computador exibir fotos nas matérias, o que depois revolucionou a transmissão de dados pela rede. Foi naquele momento mágico que a gente teve noção do progresso e um pressentimento do que ainda viria por aí!

Ao contrário dos primeiros tempos de World Wide Web, o número de navegadores e projetos disponíveis hoje deixa o usuário final à vontade para escolher aquele que melhor lhe convier. Outrolado_

. . .

O que fazemos

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Rodando o Windows 10 com imagem HDR

 

AMD em direção à computação de alta performance

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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0 resposta

  1. Verdade Paulo o One-Note se tornou um canivete Suíço, funciona bem nas duas plataformas. Aliás falando nisso… assisti a alguns vídeos de unboxing do novo Surface-Duo lançado nos EUA. Será que desta vez essa nova linha vai decolar, ou terá o mesmo destino da linha Nokia/Lumia que a Microsoft descontinuou ? Abraço

    1. Olha, Rogério, sinceramente eu espero que não. Eu fui usuário Nokia/Windows durante anos, o meu último telefone era ótimo, inclusive com câmera ultra refinada. Mas, o sistema ficou esvaziado com a falta de suporte e aplicativos. A minha sorte é que quando eu mudei de plataforma o número de aplicativos em disponibilidade aumentou e no caso específico do meu banco se tornou obrigatório o uso de aplicativos que nunca estiverem disponíveis na loja da Microsoft.

      Esta última acabou pagando por erros seguidos, e não falo só do Windows Phone, mas dos próprios sistemas operacionais. alguns dos quais historicamente deixaram o usuário final na mão. Eles hoje resolveram dar um basta colocando atualizações do Windows 10 sem mudar o sistema tão radicalmente, mas resta saber até onde isso vai. Tem gente falando em Windows 11, mas é tudo especulação e não fato, pelo menos até agora!

  2. Olá Paulo nesses tempos de grandes mudanças nas plataformas de S.O. (tanto mobile como desktop), o navegador certamente é a ferramenta mais importante junto com os comunicadores da vida (whatsapp, skype…), mas quanto ao browser tenho usado o novo Edge (Chromium), justamente para experimentar como será a interface que a Microsoft vai lançar em dezembro com seu revolucionário lançamento “Surface”. Essa nova linha de equipamentos virá com um modelo de Tablet/PC e Smartphone, e irá marcar pela 1ª vez em toda na estória da Microsoft, a adoção de um sistema (Linux) com interface Android. Será algo inimaginável, e uma grande aposta (e quem sabe), uma virada de mesa da Microsoft para retomar o que foi seu no passado, que era a hegemonia nas plataformas de S.O. Vamos aguardar, pois esta novidade já esta no forno. Abração Paulo

    1. Oi, Rogério,

      É verdade, mas mesmo agora eu já consigo integrar Windows com o meu smartphone Android. Eu uso One Note, por exemplo, no computador e no telefone sem perder uma só anotação em ambos os lados, o que, em alguns momentos, é muito útil, concorda?

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