Por dentro do CorelDRAW 2019

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A suíte gráfica do CorelDRAW 2019 impressiona pela quantidade de recursos. Certamente será útil ao profissional, ao entusiasta e ao não iniciado nas artes gráficas.

 

Já faz muito tempo desde que usei o CorelDRAW pela última vez. Com este programa eu fiz um monte de designs para ilustração em sala de aula, mesmo sem entender patavinas de desenho.

Não eram designs exatamente simples, era preciso exibir uma via metabólica da mesma forma como ela é habitualmente mostrada nos mapas de transformação das substâncias no organismo (ver imagem mais abaixo).

As ilustrações, com cópia para os alunos, tornava um pouco menos impactante a complexidade das reações, muitas delas envolvidas com mecanismos de doença.

Pois bem: já passados esses anos todos, e agora eu recebo o convite super gentil para dar uma olhada na suíte gráfica do CorelDRAW versão 2019, e isto eu devo a Renata Bosco, redatora-chefe da Allameda.com, que tem como cliente a Corel Corporation.

No início, eu me senti intimidado, porque eu nunca fui designer gráfico, correndo o risco de ser pouco profissional a este respeito, mas depois me lembrei de como este programa me foi útil nos meus anos de docência e participação em encontros científicos. Com ele fiz dezenas de transparências para retroprojeção, na época um baita recurso dentro da sala de aula. Aí prevaleceu a tentação de fazer uma nova observação como usuário, que veio por conta de poder ver como o programa ficou.

Eu espero que o leitor entenda que eu não tenho nenhuma relação comercial com a Allameda, e na realidade a Renata me foi apresentada pelo meu editor-chefe, que é seu colega de profissão.

No passado, eu escrevi sobre as versões 2017, 2018 e 2019 do Nero Platinum, também cliente da Allameda. Neste último texto eu fiz críticas ao programa instalador, mostrando assim a minha independência editorial e de opinião. Opinião esta que o leitor deve sempre ter em mente como pessoal, e ele ou ela devem procurar, dentro do possível, ter a sua própria, formando juízo após ler as análises em outros sites sobre o assunto!

Instalação

O CorelDRAW 2019 pode ser baixado e instalado como versão de avaliação por qualquer um. Como o preço da suíte é elevado, para quem não conhece o programa é recomendável fazer primeiro uma avaliação gratuita.

Primeiro o usuário baixa um software que contém os links para o computador entrar no servidor da Corel e baixar todos os aplicativos da suíte:

 

 

Depois que a suíte inteira chega ao computador do usuário, o programa é automaticamente instalado:

 

 

O leitor me perdoe, mas eu escolhi a interface de instalação em língua inglesa, uma espécie de força do hábito de longa data! E por isso todas as ilustrações estarão dispostas desta maneira.

Os aplicativos da série são instalados em sucessão; primeiro o CorelDRAW propriamente dito, e depois o Corel Photo-Paint, o Corel Capture e o Corel Font Manager. Percebe-se que o instalador reconhece o ambiente operacional e neste caso automaticamente seleciona a versão de 64 bits de cada aplicativo.

Se o computador do usuário for dotado de CPU e GPU adequadas os programas demonstram já terem sido instalados com a aceleração de hardware habilitada. Posteriormente eu não encontrei nenhuma opção de desabilitação desta função. Como as operações testadas, incluindo imagens, se desenvolveram com enorme rapidez, é razoável presumir que os aplicativos estejam usando todos os recursos de hardware do computador.

Existem aplicativos gratuitos que poderão ser de interesse do usuário. Ao rodar o Photo-Paint pela primeira vez eu pude usar o menu Launch (Rodar ou Deslanchar) e escolher o AfterShot versão 3 HDR.

O programa vai então novamente ao servidor da Corel, baixa e instala o AfterShot automaticamente. O instalador coloca também um ícone separado na área de trabalho, o que permite rodar o aplicativo diretamente, e não necessariamente pelo comando “Launch”, citado acima.

O AfterShot lê qualquer imagem RAW ou JPEG, e com elas executa um processamento HDR de altíssima qualidade. Uma série de tutoriais são oferecidos ao usuário, mas o programa é bastante intuitivo para quem já está familiarizado com processamento HDR de imagem. Os ajustes e pré-ajustes ficam localizados à direita da tela:

 

 

Quem quiser pode adquirir o upgrade para versão Pro, mas a atual é perfeitamente satisfatória para o fotógrafo amador. Notem que na imagem acima, uma foto RAW capturada no ambiente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, eu apenas cliquei em ajustes básicos para o pós-processamento HDR, e o resultado foi muito melhor do que se espera.

Se for o caso de um tratamento mais esmerado com fotos HDR (2 ou mais, na configuração de exposição habitual na câmera) então a versão Pro é obrigatória.

O programa principal

A estrela da suíte gráfica é, obviamente, o CorelDRAW 2019. Para quem, como eu, não usava este programa há séculos, a quantidade de recursos ali contidos é de tirar o fôlego. A inicialização faz uma análise do ambiente operacional, antes de carregar os recursos:

 

 

A modificação desses recursos ao longo do tempo provoca um problema difícil de contornar: arquivos muito antigos não podem mais ser abertos pela versão atual. Ao tentar abrir um arquivo deste tipo, que eu criei anos atrás, o programa exibe a seguinte mensagem:

 

 

Mesmo assim, as imagens são reconhecidas pelo programa, como mostra a tela inicial:

 

 

Eu tentei vários recursos, inclusive o de conversão de formatos de imagem, de arquivos cdr para wmf (Windows Meta File) e JPG, sem nenhum sucesso. Partes da imagem são reconhecidas, mas absolutamente nada dos blocos de texto é resgatado. Como o programa original foi usado na universidade e nem era meu, não é mais possível usa-lo para exportar essas imagens. Por sorte, na época eu fiz cópia em papel além das transparências. Fui olha-las nos meus alfarrábios e está tudo lá, graças ao uso de impressora com cartucho de tinta do tipo pigmento, que não descora com o tempo.

Eis aí uma dessas cópias que eu salvaguardei e que o programa não conseguiu abrir, e por aí se pode ter uma ideia do que eu fazia antigamente com o CorelDRAW, tentando desenhar vias metabólicas. A imagem a seguir é de uma transparência usada em aulas de fisiopatologia sobre ataque oxidativo:

Saindo da tela de boas vindas, passa-se então para a área de trabalho, e o interessante aqui é abertura automática de uma nova aba. Além disso, todos os menus de edição e barras de ferramentas passam a estar disponíveis para o usuário:

 

 

Esta tela, com todos os recursos, é customizável, o que facilita o dia-a-dia de cada um. Além disso, o usuário tem a opção (default) de ler ao lado direito as páginas de ajuda de cada comando ou recurso usado, recurso inteligente e muito útil aos neófitos como eu.

Eu confesso que fiquei fascinado com o lado eclético do novo CorelDRAW. O programa é previsto para ser rodado no computador desktop, mas também roda em um aplicativo Web para tablets, incluído na conta da suíte. Se o usuário desejar, ele ou ela podem fazer o programa rodar em “modo desktop” ou “modo tablet” em ambos os equipamentos. Isso facilita o fluxo de trabalho caso o mesmo arquivo seja usado remotamente.

Além disso, todos os acessórios para design além do mouse, como, por exemplo, os tablets para gráficos, são igualmente previstos, e se a tela for de toque (PC ou tablet) o programa dá total suporte aos comandos.

O uso mais simples, mostrado a seguir à guisa de ilustração, mostra o clicar do mouse com o botão da esquerda, em cima da área principal da figura. Um segundo clique modifica as alças e nodos do entorno da figura, possibilitando outros tipos de modificação geométrica. Notem que a página da ajuda, à direita da imagem, muda para os comandos desejados:

 

 

É possível selecionar objetos individualmente, ou coletivamente, como mostrado a seguir:

 

 

Um resumo deste tipo de manipulação pode ser visto no vídeo a seguir, fornecido pela Corel:

 

 

Para me ambientar um pouco com a suíte eu usei o comando Envelope e modifiquei uma captura de um Blu-Ray que contem um filme rodado em Cinerama 70 mm, para tentar simular uma tela deste formato:

 

 

Depois disso, eu exportei o design para uma imagem JPEG. Abaixo se pode ver a comparação do design com uma tela curva de cinema verdadeira para 70 mm:

 

 

 

O que está exibido acima é obviamente coisa de amador. Pela Internet existem demonstrações de diversos tipos com o uso deste e de muitos outros comandos. Na realidade, existe uma miríade de comandos a serem aprendidos, e que não estão no escopo deste texto. O leitor, entretanto, pode se servir das páginas de ajuda da Corel e de tutoriais espalhados no YouTube, sobre diversos tipos de design.

As principais modificações da nova suíte

Uma das principais novidades da versão 2019 é a inclusão da plataforma operacional macOS, e assim a suíte pode ser instalada em computadores da linha Apple.

 

 

Eu cheguei à inevitável conclusão que para explorar a suíte inteira um único texto seria pouco. O Corel Photo-Paint, o Corel Capture e o Corel Font Manager mereceriam textos separados, mas basta dizer que na própria página do site do produto da Corel a finalidade de cada um é sumariamente detalhada e eu cito:

  • CorelDRAW® 2019: ilustração vetorial e layout de página
  • Corel PHOTO-PAINT® 2019: edição de imagens
  • Corel Font Manager™ 2019: ferramenta de gerenciamento e exploração de fontes
  • PowerTRACE™ 2019: conversão de bitmap em vetor (incluído como parte do aplicativo CorelDRAW 2019)
  • CONNECT™ 2019: localizador de conteúdo (incluído como parte do aplicativo CorelDRAW 2019)
  • CAPTURE™ 2019: ferramenta de captura de tela
  • CorelDRAW.app™: design gráfico on-line via navegador da Web
  • AfterShot™ 3 HDR: editor de fotos RAW
  • BenVISTA PhotoZoom Pro 4: plug-in para ampliar imagens digitais

Para usar o aplicativo Web no tablet, basta o usuário fazer login com os dados da sua conta na página do aplicativo, e é possível salvar o trabalho na nuvem, para usa-lo em outro lugar. Notem que o aplicativo trabalha nesta página, necessitando, portanto, de um navegador para funcionar.

Os arquivos são intercambiáveis e podem ser trabalhados online e no computador onde o programa principal está instalado.

 

 

Comentários finais

Achei proveitosa a iniciativa de se trabalhar de forma não destrutiva, isto é, cada imagem previamente retirada do computador pode ser usada sem alteração alguma do arquivo original.

Eu solicitei ao suporte da Corel uma explicação pela ausência de importação de arquivos CorelDRAW antigos ou uma ferramenta que possa fazer este trabalho, vamos ver se eles me darão uma resposta satisfatória.

O alto preço do CorelDRAW poderá ser elevado para um usuário transitório, e talvez por isso a Corel oferece uma assinatura anual de uso por um valor menor, ainda muito elevado, creio eu, caso o usuário não use o programa profissionalmente.

Depois de tanto tempo afastado das salas de aula eu me vejo diante de ferramentas que sinto pena não poder aprender mais e usar. Todos os programas similares que eu usei até hoje, e que acabei abandonando, como por exemplo Gimp e Inkscape, são todos de boa qualidade, gratuitos, mas com uma interface com o usuário um tanto ou quanto áspera.

Para poder escrever alguma coisa sobre a suíte 2019 do CorelDRAW eu instalei os seus principais programas, mas infelizmente alguns deles serão de pouco ou nenhum uso, como o gerenciador de fonte e o de transformação de imagens (Photo-Paint).

Qualquer modificação da suíte pós-instalação pode ser feita pelo painel de controle do Windows, através do applet Apps (Windows 10), clicando o nome da suíte e selecionando Modificar.

Eu uso o Adobe Lightroom 6 para tratamento de fotografias faz anos. O Lightroom 6 é um excelente programa, vem com recursos de pós-processamento HDR, com aceleração de GPU, mas o AfterShot 3 HDR da Corel passa batido sem precisar fazer nada.

O software de Captura é ótimo, mas eu tenho instalados programas similares igualmente eficientes, e é sempre bom lembrar que no ambiente Windows a captura é possível por vários métodos. Isso inclusive tem me levado a não usar ferramentas externas.

No geral, a Corel está de parabéns com a nova suíte, embora eu acredite que a curva de aprendizado seja longa e a interface gráfica exige que se ache os comandos, o que nem sempre é fácil. Com o tempo e estudando os tutoriais, eu imagino que este problema será vencido.  Outrolado_

 

 

Leia também:

 

 

Conectores para vídeo

 

O nascimento, vida e morte da fita cassete

 

A evolução da rede local doméstica

 

O outro lado do avesso

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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