Natal com romance

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O tema romance está presente em quase todos os filmes sobre o período do Natal, combinação que reflete muito o espírito desta época. Conheça alguns novos.

 

Este ano eu achei no streaming uma maratona de filmes de Natal e resolvi encarar.

É normal se achar filmes desse tipo nesta época no ano, mas parece que desta vez o assunto foi explorado ao extremo:

 

Só em uma tarde de sábado eu assisti quatro desses filmes. Uma das principais produtoras é a Hybrid Studios, e curiosamente ela explora a mistura de Natal com romance nos seus filmes.

 

A estratégia dos roteiros é a mesma: o rapaz ou a moça precisam de ajuda para montar um ambiente de Natal, coletivo ou em família. O clima entre os dois começa a rolar mais ou menos no meio dos filmes. Todo mundo ao redor nota, menos eles. E quando tudo aparenta estar perdido, os dois “descobrem” que não podem viver um sem o outro. E assim, como dizem os contos de fada, eles viveram felizes para sempre!

Eis aí o casal do filme “Natal Sob Medida”, desta produtora:

 

E o trailer, para quem quiser ver:

 

A receita que dá certo!

Para grande parte da humanidade o Natal é uma data que celebra o nascimento do Cristo, e pode ser paradoxalmente comemorado até mesmo por congregados de outras religiões não cristãs.

Os norte-americanos em particular evitam colocar o Natal como parâmetro exclusivamente religioso. A época em si é popularmente classificada como “Holyday”, que pode ser encarado como um tipo de feriado festivo. Uma possível explicação para a disseminação do Natal como feriado pode ser encontrada na imensa multiplicidade de raças na cultura americana.

Entretanto, a época do Natal é vista como uma chance de reunir familiares de maneira sacralizante. E neste aspecto, o Natal passa a ser olhado como uma chance de confraternização familiar e/ou de reconciliação entre seus membros.

Os casais expostos nestes filmes de Natal têm antecedentes de frustração profissional, e em pelo menos em um filme em particular, “O Natal de Heidi”, ele e ela romperam o namoro ainda adolescentes, para nunca mais se encontrarem. Mas, por “mero” acaso, Heidi volta à terra natal, onde os dois se deparam desajeitadamente um com o outro. Somente a partir daí é que ela descobre que havia perdido a sua inspiração original como pintora, para ceder este espaço da sua vida a uma profissão que não lhe diz respeito. A revisão deste processo é a alavanca que a faz acordar para uma realidade mais condizente com ela própria.

 

Mas, os reencontros ou aproximações entre dois desconhecidos afetivamente frustrados só acontecerá bem no fim dos filmes, com obviamente a total aprovação da família e dos amigos.

Notem que o espírito natalino acentua o sentimento afetivo em todos os planos, e é portanto um catalisador eficiente do romance entre duas pessoas!

O contraste das realidades afetivas

Durante as minhas aulas sobre estresse, eu costumava chamar a atenção dos alunos para a complexidade das relações familiares. Porque é fisicamente e moralmente impossível a dissociação entre pais e filhos, ou irmãos e irmãs, principalmente, sem ocorrer algum tipo de trauma, e isso favorece a estremecimentos mais difíceis de contornar, quando estes ocorrem.

Algo semelhante se pode afirmar sobre os casais, quando um se cansa do outro, ou perde interesse por ele. A facilidade de substituição de cônjuges passou a ser parte integral da cultura de muitos povos, com a consequente banalização do processo em si.

Aqui no Brasil, por exemplo, o casal separado era classificado como “desquitado”. Anos se passaram até a separação judicial (“divórcio”) ser aceita, mas quando isso finalmente aconteceu a separação ficou muito mais facilitada.

Casais com filhos parecem não se importarem com as consequências inevitáveis do processo de separação na cabeça da prole, independentemente da idade da mesma!

Sendo assim, que época mais propícia para a reconciliação familiar ou para o crescimento afetivo real entre os casais que o Natal? Mesmo que tudo isso possa ser fruto de uma tremenda fantasia, porque não explorar o tema nos filmes? Afinal, o cinema como meio de comunicação usa este artifício de inventar uma realidade e transformar o assunto em um processo de catarse sem limite.

A busca da felicidade está enraizada em todo ser humano. Uns conseguem acha-la e outros não. As chances de tornar a realidade de cada um menos dura de viver faz as pessoas encontrarem no escapismo do cinema uma espécie de rota de fuga!

O amor é um sentimento que pode variar de acordo com a cultura ou a religião de cada povo. Ele é mostrado em vários contos de fada e interpretado no cinema em diferentes formatos:

 

O conceito de carinho e proteção está enraizado no conceito do “anjo da guarda”. Cada um tem o seu. Em Cinderela, a fada madrinha é exatamente uma pessoa deste tipo.

Para a fé cristã, o amor verdadeiro é um processo de entrega desinteressada. Cristo é torturado e morre na cruz, indo ao supremo sacrifício para demonstrar o seu amor à humanidade.

Quem de fato ama alguém também fará este tipo de entrega, independente da fé religiosa que tiver. Quem ama respeita o espaço a que o parceiro(a) tem direito, e o(a) incentivará após cada conquista pessoal. Em última análise, é um respeito que deve ser recíproco, em todos os momentos de vida em comum.

Talvez o Natal possa ser um momento onde as diferenças consigam ser amenizadas, ou, quem sabe, eliminadas de vez. Afinal, a época revive (ou deveria reviver) o início de uma nova era, no nascimento do salvador da humanidade! Outrolado_

. . .

Clássicos da animação de Walt Disney voltam em relançamento

 

A catarse do escapismo

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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3 respostas

  1. Olá Paulo realmente as operadoras decidiram realizar uma overdose de maratonas de filmes não só dos tradicionais temas natalinos, como de outros gêneros. É uma forma de atenuar e até desviar a atenção da pandemia do público em geral, incluindo os menos favorecidos (que não tem acesso a tv a cabo) através de serviços de Streaming gratuitos. Enquanto isso o nosso bom e tradicional Cinemas Multiplex cada vez mais esquecidos e vazios, que por sinal tem sofrido com a falta de receita, motivada pela limitação de público em 40% em suas salas. Tempos sombrios pela frente caro Paulo, para a nossa 7ª arte.

    1. Pois é, Rogério, eu bem que gostaria de ser mais otimista, mas a situação mundial é catastrófica e o povo aqui parece que não acredita nisso. Neste fim de semana as praias estavam lotadas. Se não bastasse uma grande parte da população habitar em condições promíscuas, as aglomerações, em bares e clubes noturnos, todo mundo sem máscara, vai parar aonde?

      Todo mundo quer na vacinação uma fórmula mágica de conter a doença, mas qual vacina? Existe seriedade nos laboratórios que estão querendo impor à força os padrões de vacinação que eles criaram? Até onde vai a falta de escrúpulo de ganhar dinheiro com a pandemia?

      Se você souber as respostas, por favor me avise!

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