Apego de usuários pela eletrônica convencional e antiga

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Enquanto aficionados consertam equipamentos antigos e tentam ressuscitar a eletrônica do passado, a eletrônica avançada de hoje passa batida, ignorando este tipo de movimento.

 

Pois é: há anos que eu venho assistindo vídeos e artigos figurando pessoas ainda encantadas, ou talvez saudosas, da eletrônica discreta dos equipamentos antigos. E quem irá culpá-los?

Durante anos da minha vida de adolescente e jovem adulto eu lia pelo menos três revistas de áudio americanas, a saber, High Fidelity, Audio e Stereo Review. Eu ainda guardo a Stereo Review de dezembro de 1982, em cuja capa apareceu o Sony CDP-101, que lançou o Compact Disc na América.

Algum tempo depois deste lançamento, um amigo, que trabalhava na ala técnica da Rádio JB – FM/AM, me convidou para ver este aparelho. Eles lá haviam importado alguns poucos discos, que este amigo colocou para rodar dentro do estúdio. Parecia um milagre.

A minha realidade, no entanto, me excluiu do grupo dos privilegiados, como aliás, a maioria dos meus amigos que viviam pela música, e alguns pelo áudio também. Os equipamentos importados chegavam aqui a preço de ouro, e em um dado momento o governo militar da época proibiu de vez a importação.

Quando garoto eu passava pela loja do Professor Veiga, que ficava na Rua da Quitanda, centro do Rio de Janeiro, e via e ouvia extasiado aquelas caixas Quad eletrostáticas, cujo som parecia que nunca iria conseguir igual. E os decks da Ferrograph? Eram de babar na gravata!

De anos para cá eu me dei conta de que esta era de super aparelhos morreu de morte morrida, mas muita gente nunca aceitou esta morte e a gente vê por aí, em feiras de áudio do high end tudo aquilo de novo, com preços estratosféricos, para os ainda afortunados que podem se dar ao luxo de comprar e levar para casa.

Eletrônica vintage

No YouTube, eu venho seguindo um tal xraytonyb, que se soma a um grupo que faz a mesma coisa: pegam um aparelho “vintage” (antigo), vindo de algum cliente, consertam, restauram, e dão aula sobre o aparelho e sobre a tecnologia discreta de então. Ótimo para quem está estudando este tipo de eletrônica, haja visto o número de acessos dos vídeos.

O xraytonyb, eu vim depois a saber, é um ex-funcionário técnico de uma empresa que lida com equipamentos de Raio-X, daí o seu nome de tela. E que depois passou a consertar equipamentos de clientes que compram ou possuem aparelhos com defeito. Ele passa um tempo enorme debruçado sobre a bancada, às vezes ri dele próprio, muito simpático com o público que assiste os seus vídeos. Como em outros blogs de vídeo similares, ninguém consegue vê-lo na tela, porque ele fica o tempo todo atrás da câmera, tentando enquadrar o que ele está explicando.

Os vídeos são longos, os comentários detalhados, às vezes confuso. Imagino eu que para o estudante de eletrônica ou mesmo para o hobbyista esses vídeos podem e devem estar sendo muito úteis, porque o xraytonyb joga toda a sua experiência na solução de problemas, e quando ele não consegue identificar alguma coisa é honesto o suficiente para dizer que não sabe do que se trata.

A adoração pela eletrônica do passado

Se existe algo perceptível em comum entre todos esses técnicos que oferecem serviço de reparo e os usam para explicar eletrônica é que eles são apologistas da eletrônica convencional e vibram quando o aparelho em questão exibe algum recurso inovador encontrado na época em que foram fabricados.

Seria o caso de se perguntar por que a eletrônica discreta cedeu passagem aos microchips e processadores? Porque no ambiente digital todo o processamento de sinal obedece a cálculos matemáticos de alta precisão!

Existem por aí pilhas de exemplos onde isso é verdadeiro. Eu vou escolher um, que espero seja de fácil assimilação pelo leitor: nas TVs antigas, o sinal analógico era manualmente ajustado para a recepção de um dado canal, obrigando o usuário a rodar um dial com o número do canal (2, 4, 6, etc.) e depois rodar outro dial para tentar fazer uma sintonia fina, o que, em muitos casos, dependendo da recepção, era uma tarefa quase impossível. Com a evolução do processamento digital para a recepção de canais analógicos os circuitos de sintonia ao nível do usuário simplesmente desapareceram.

E o áudio? Nos meus primeiros anos restaurando meus elepês remanescentes eu descobri rapidamente que uma vez o sinal de áudio entrando no computador, e o submetendo a um editor, todo o processamento necessário ao tratamento de restauração passava a ser feito com uma altíssima precisão em qualquer faixa de frequência.

Filtros, mesmo aqueles de uma fabricação por amostragem, passaram a ser capazes de trabalhar com as frequências alvos da filtragem sem afetar as demais frequências. No ambiente analógico, o uso profissional de filtros ou equalizadores sempre foi de custo muito elevado e todos eles com incapacidade de realizar tal tarefa sem algum tipo de artefato resultante.

Isto não quer dizer que a eletrônica do passado, os seus circuitos discretos, não tenham valor, ao contrário, mas tudo depende da sua aplicação. Por exemplo, circuitos discretos de amplificação de potência continuam a ser bem usados, e mostram uma alta qualidade de desempenho!

A nostalgia no lugar do bom senso

Só eu joguei fora mais de cem fitas cassete de áudio, algumas caras como as de formulação de metal. Chega-se a um ponto na vida em que não há mais espaço para a obsolescência. Falando tempos atrás com um amigo sobre o afamado Nakamichi 1000, ele me afirma que não usaria um aparelho desses nunca mais! E com razão, diga-se de passagem.

No entanto, alguns fabricantes vêm tentando ressuscitar o cassete de áudio, e a turma do YouTube embarca neste delírio sem pestanejar. Nostalgia?

A impressão que passa é que o avanço da tecnologia tornou o uso do áudio fácil demais. E talvez isso é que impulsione as pessoas para tentar verificar se algo parecido não poderia ter sido conseguido com formatos de áudio do passado.

Espero que o leitor compreenda que é difícil para mim imaginar isso tudo de volta no meu ambiente, que eu levei anos para construir, sem falar naqueles que abandonaram de vez amplificadores, caixas acústicas e reprodutores de mesa.

Se em tempos de adolescência eu esperava um dia poder vislumbrar alguma perspectiva de ter em mão aquele áudio maravilhoso dos bons equipamentos de outrora, os Quads e Ferrographs da vida, de anos para cá eu não sinto a menor saudade deles, e vou mais além: vi e ouvi equipamentos de áudio esotéricos nas casas de conhecidos que tinham alto poder aquisitivo. Eu posso até hoje usar esses equipamentos como referência para julgar o que eu tenho na minha instalação.

O que mudou, então? Foi a eletrônica digital, os circuitos de alto grau de integração, com uma sofisticação de cair o queixo. Hoje eu não preciso adquirir um CD player esotérico, porque o meu A/V receiver tem um chip capaz de atingir 32 bits de resolução, e este avanço é bastante audível. O sinal sai de qualquer leitor de CD com saída HDMI, passa por este sofisticado decodificador e é restaurado na saída. Eu já fiz este teste várias vezes e nunca vi resultado diferente.

Vídeo

Na área de vídeo, tal confronto chega às raias do patético. Até mesmo usuários fanáticos ou nostálgicos irão reconhecer que neste campo não há a menor chance de ver a eletrônica analógica convencional sair vencedora.

Outro dia mesmo, um vizinho veio na minha casa, e a TV estava ligada. Ele não acreditou quando viu que a tela da TV era super fina, e eu tentei explicar para ele que a tecnologia a fez assim. Quem de nós que já viu ou passou por TVs high end de retroprojeção, com erros constantes de alinhamento, irá se dar conta de que este passado não tem volta.

Então, quando eu vejo alguém postando vídeo no YouTube fazendo malabarismos para restaurar uma TV de tubo monocromática, eu intuitivamente me pergunto com que objetivo, se o sinal analógico está pouco presente ou inexistente. Eu já vi o cidadão ficar horas lá no vídeo tirando a poeira e consertando circuitos dessas TVs, lutando para sintonizar a imagem, sem nenhum sucesso palpável.

Como diziam os antigos, e este é um preceito pelo qual eu tenho um profundo respeito, “cada um cai do bonde como entende”. Mas, é possível reconhecer que falta bom senso, ainda mais porque a vida de hoje é apressada, quase não há tempo de se usar o que se tem, muito menos tentar resgatar peças eletrônicas sem valor.

O áudio high end com eletrônica convencional continuará a existir, porque este segmento de mercado nunca sequer tentou se aproximar do consumo de massa. Ele foi feito para os super ricos e/ou audiófilos que gostam de exibir grifes para os amigos no entorno.

Às vezes eu me sinto incapaz de entender o que se passa na cabeça das pessoas. A vida on-line nos mostra uma quantidade enorme de detalhes íntimos da vida pessoal de terceiros, como se a Internet fosse um veículo de exposição de personalidades distintas. E no YouTube em particular esta exposição está constantemente no limite do cabotinismo.

Se alguém vier a público afirmar com convicção de que cassete de áudio ainda é muito bom, que seja! Idem, para a TV preto-e-branco, que seja também. Infelizmente, e aqui vai uma pitada de ironia, a evolução da eletrônica continuará passando ao largo, quer estas pessoas queiram ou não. Outrolado_

. . .

Leia também:

 

O nascimento, vida e morte da fita cassete

 

 

O panorama estereofônico

O formato HDR ainda sem definição de padrão

 

 

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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0 resposta

  1. Eu até entendo a razão para justificar a compra de um disco de vinil, de certa forma existe algum argumento técnico (questionável, inclusive, mas que é mais ou menos relevante, depende do gosto da pessoa) para isso. Agora fitas cassete, não fazem o menor sentido para mim, por que nem esse possível argumento técnico está presente. TVs de tubo só fazem sentido para alguns colecionadores de vídeo games antigos, que querem preservar os aparelhos originais e jogar da maneira mais próxima da época, tendo em vista que algumas TVS mais modernas não aceitam bem sinais de baixa resolução dos consoles mais antigos, mas fora isso, também não faz o menor sentido, ou seja, é um nicho dentro de outro nicho. Mesmo assim não sei se vale o esforço em arrumar esse tipo de televisor antigo, não consigo entender a necessidade desse mercado, visto que até os retro-gamers mais puristas tem a opções de aparelhos de “upscaler” que servem justamente para ampliar a resolução de sinais baixos e funcionar nas telas novas.

    1. Oi, Douglas,

      É, mas o video game tem que ser muito antigo mesmo, porque os dos computadores de 8 bits eram todos com cor.

      No resto, concordo totalmente contigo. Verdade seja dita, existe um certo oportunismo exibicionista nesses vídeos, disfarçados de salas de aula virtuais, mas pelo menos eles têm o mérito de abrir aqueles equipamentos na cara da gente. Olha que eu vi alguns daqueles equipamentos de grife e às vezes até assusta olhar por dentro! Sem brincadeira!

  2. Eu até entendo a razão para justificar a compra de um disco de vinil, de certa forma existe algum argumento técnico (questionável, inclusive, mas que é mais ou menos relevante, depende do gosto da pessoa) para isso. Agora fitas cassete, não fazem o menor sentido para mim, por que nem esse possível argumento técnico está presente. TVs de tubo só fazem sentido para alguns colecionadores de vídeo games antigos, que querem preservar os aparelhos originais e jogar da maneira mais próxima da época, tendo em vista que algumas TVS mais modernas não aceitam bem sinais de baixa resolução dos consoles mais antigos, mas fora isso, também não faz o menor sentido, ou seja, é um nicho dentro de outro nicho. Mesmo assim não sei se vale o esforço em arrumar esse tipo de televisor antigo, não consigo entender a necessidade desse mercado, visto que até os retro-gamers mais puristas tem a opções de aparelhos de “upscaler” que servem justamente para ampliar a resolução de sinais baixos e funcionar nas telas novas.

    1. Oi, Douglas,

      É, mas o video game tem que ser muito antigo mesmo, porque os dos computadores de 8 bits eram todos com cor.

      No resto, concordo totalmente contigo. Verdade seja dita, existe um certo oportunismo exibicionista nesses vídeos, disfarçados de salas de aula virtuais, mas pelo menos eles têm o mérito de abrir aqueles equipamentos na cara da gente. Olha que eu vi alguns daqueles equipamentos de grife e às vezes até assusta olhar por dentro! Sem brincadeira!

  3. Olá Paulo sempre dizemos que existem dois lados para uma notícia. O tema de sua matéria deixa isso bem explícito, pois reúne o lado bom do que um dia foi o Áudio analógico (praticamente extinto). Ao longo de 34 anos trabalhando com áudio, tive o enorme prazer de utilizar o que existiu de melhor e mais avançado em áudio broadcasting. Se fosse citá-los de forma detalhada, o comentário seria uma viagem de lembranças, do melhor que nossos Engenheiros Eletrônicos construíram. Mas os tempos mudaram de forma irreversível, e no Brasil (em particular) tudo caminha para o desaparecimento dos aparelhos de som da linha doméstica (algumas lojas e magazines não estão mais comercializando esses equipamentos). O fato controverso, é que esse fato deprimente “não ocorre” na Europa e nos países do Oriente. Aqui do jeito que a banda toca, as plataformas multimídia estão englobando tudo que conhecemos de áudio. Mais precisamente em três tipos de segmento de equipamentos, para carro (nas Central multimídia), em casa (nas Smart Tv’s, com raros sistemas em home theater), e com a população nas ruas (com Smartphones) como plataforma de massa. Toda essa situação está ligada diretamente ao caos econômico de nosso Pais, e que não vemos sinal de melhora a curto prazo. Equipamento de som hoje no Brasil é considerado supérfluo. Essa é a verdade nua e crua Paulo.

    1. Oi, Rogério,

      Você tem toda a razão.

      Eu tenho um grande amigo com quem, no passado longínquo, passei muitas madrugadas discutindo áudio e eletrônica. Ele, muito mais do que eu, é um profundo conhecedor do assunto, fazia e montava projetos, mas ambos os assuntos correram em paralelo com a sua profissão, que nada tem a haver com eletrônica. Foi através dele, que circulava neste meio, que eu conheci audiófilo de tudo quanto é tipo.

      Pois bem: nas nossas últimas trocas de conversas, nós ainda nos questionamos sobre o desaparecimento dos equipamentos e das lojas, e ele sempre completa “os discos também”, porque durante anos tornamos a Gramophone em uma espécie da sala de estar. Tudo isso desapareceu e nunca mais vai surgir.

      Em parte, eu me contento e estou satisfeito com o que eu montei. Ninguém mais que eu conheço dá bola para isso, nem mesmo os parentes mais próximos! Se eu convidar alguém para assistir um filme aqui em casa, o(a) potencial convidado(a) vai arrumar um jeito de declinar, ou então diz que vem, mas alega um motivo para não vir. E a gente pensa que pode ser resultado da vida apressada, da falta de tempo, da idade avançada, minha e dos amigos. Mas, o tempo mostrou que as pessoas em geral perderam o interesse de ficar sentadas ouvindo música ou assistindo um filme, quando podem ficar em casa, se for o caso, vendo qualquer coisa sem compromisso, se encher o saco desliga e vai fazer outra coisa.

      Os mais jovens não abrem mão de um celular, às vezes eu tenho dificuldade até mesmo com os meus filhos, preciso pedir para eles darem um tempo para falar com eles.

      Eu creio, salvo melhor juízo, que tudo isso é resultado de um consumismo insano. O pior é a ignorância que resulta dele. Há uns dois anos eu comprei um carro, mostrei um erro absurdo no player USB da central multimídia, e ninguém, nem da fábrica nem da concessionária, sabia do que eu estava falando! Pode?

  4. Olá Paulo sempre dizemos que existem dois lados para uma notícia. O tema de sua matéria deixa isso bem explícito, pois reúne o lado bom do que um dia foi o Áudio analógico (praticamente extinto). Ao longo de 34 anos trabalhando com áudio, tive o enorme prazer de utilizar o que existiu de melhor e mais avançado em áudio broadcasting. Se fosse citá-los de forma detalhada, o comentário seria uma viagem de lembranças, do melhor que nossos Engenheiros Eletrônicos construíram. Mas os tempos mudaram de forma irreversível, e no Brasil (em particular) tudo caminha para o desaparecimento dos aparelhos de som da linha doméstica (algumas lojas e magazines não estão mais comercializando esses equipamentos). O fato controverso, é que esse fato deprimente “não ocorre” na Europa e nos países do Oriente. Aqui do jeito que a banda toca, as plataformas multimídia estão englobando tudo que conhecemos de áudio. Mais precisamente em três tipos de segmento de equipamentos, para carro (nas Central multimídia), em casa (nas Smart Tv’s, com raros sistemas em home theater), e com a população nas ruas (com Smartphones) como plataforma de massa. Toda essa situação está ligada diretamente ao caos econômico de nosso Pais, e que não vemos sinal de melhora a curto prazo. Equipamento de som hoje no Brasil é considerado supérfluo. Essa é a verdade nua e crua Paulo.

    1. Oi, Rogério,

      Você tem toda a razão.

      Eu tenho um grande amigo com quem, no passado longínquo, passei muitas madrugadas discutindo áudio e eletrônica. Ele, muito mais do que eu, é um profundo conhecedor do assunto, fazia e montava projetos, mas ambos os assuntos correram em paralelo com a sua profissão, que nada tem a haver com eletrônica. Foi através dele, que circulava neste meio, que eu conheci audiófilo de tudo quanto é tipo.

      Pois bem: nas nossas últimas trocas de conversas, nós ainda nos questionamos sobre o desaparecimento dos equipamentos e das lojas, e ele sempre completa “os discos também”, porque durante anos tornamos a Gramophone em uma espécie da sala de estar. Tudo isso desapareceu e nunca mais vai surgir.

      Em parte, eu me contento e estou satisfeito com o que eu montei. Ninguém mais que eu conheço dá bola para isso, nem mesmo os parentes mais próximos! Se eu convidar alguém para assistir um filme aqui em casa, o(a) potencial convidado(a) vai arrumar um jeito de declinar, ou então diz que vem, mas alega um motivo para não vir. E a gente pensa que pode ser resultado da vida apressada, da falta de tempo, da idade avançada, minha e dos amigos. Mas, o tempo mostrou que as pessoas em geral perderam o interesse de ficar sentadas ouvindo música ou assistindo um filme, quando podem ficar em casa, se for o caso, vendo qualquer coisa sem compromisso, se encher o saco desliga e vai fazer outra coisa.

      Os mais jovens não abrem mão de um celular, às vezes eu tenho dificuldade até mesmo com os meus filhos, preciso pedir para eles darem um tempo para falar com eles.

      Eu creio, salvo melhor juízo, que tudo isso é resultado de um consumismo insano. O pior é a ignorância que resulta dele. Há uns dois anos eu comprei um carro, mostrei um erro absurdo no player USB da central multimídia, e ninguém, nem da fábrica nem da concessionária, sabia do que eu estava falando! Pode?

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