Cry Macho, novo filme de Clint Eastwood, direto para o streaming

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Cry Macho, o mais recente filme de Clint Eastwood, chegou rápido aos serviços de streaming. Eu o assisti em cópia de excelente qualidade, com tratamento de imagem com Dolby Vision.

 

Eu fui certamente pego de surpreso: a promessa de levar ao streaming filmes recentemente lançados nos cinemas foi cumprida pelo serviço de streaming HBO Max e outros, promessa esta feita antes do lançamento do serviço, diga-se de passagem.

Em tempos de pandemia eu parei de ir ao cinema, e os cineastas tiveram que enfrentar a mesma coisa na realização deste filme, com a presença de vigilantes de Covid no set de filmagem.

Clint Eastwood, agora com seus 91 anos de idade, parece incansável, e eu percebo que muita gente que vem emitindo opiniões sobre o novo filme o faz olhando com admiração e simpatia pela perseverança do cineasta de continuar trabalhando naquilo que gosta, até não poder mais.

Nós fãs, é claro, esperamos que ele ainda faça outros filmes, embora não seja correto esperar isso de uma pessoa dessa idade.

Eu sou um que me identifico com a persistência de não parar, porque eu também sou idoso, nem tanto quanto o cineasta, mais bastante idoso, com vários problemas crônicos de saúde, mas estou sempre pensando em novos projetos.

Ainda outro dia, eu ouvi o comentário “você não para”, sim porque no dia que eu parar é porque a minha cabeça não estará funcionando mais. E se está, porque parar de fazer algo que eu gosto e no qual eu ainda exploro toda a minha, mesmo limitada, criatividade?

E por acaso Clint Eastwood não sente algo parecido? Dezenas de filmes por ele realizados mostram um estilo distinto na execução dos roteiros e direção libertária dos atores. Sua equipe mostra sinais de que sabe como ele quer que o filme seja feito, e age de acordo e com a autonomia necessária.

Observando cenas gravadas nos bastidores dessas filmagens a gente consegue ver o diretor apenas olhando um pequeno monitor da câmera que ele leva nas mãos, e a equipe ela mesma dizendo aos atores para começar e parar as cenas. Eu aposto que pouca gente em Hollywood tem uma equipe desse calibre!

Olhando algumas das críticas de usuários do IMDb, eu vejo que alguém percebeu o lado minimalista do diretor. Eu, modéstia à parte, fui mais além, porque, como qualquer fã de seu trabalho, foi fácil notar também a fotografia e enquadramento no estilo “chiaroescuro” que o diretor gosta.

 

 

O filme levou no Brasil um título quase literal: “Cry Macho: O Caminho Para A Redenção”. Há algum tempo atrás, noticiou-se que o livro que serviu de base ao projeto já havia passado por várias mãos no passado remoto, mas nunca realizado em filme.

O livro Cry Macho, escrito por N. Richard Nash, foi lançado em 1975. O escritor, falecido em 2000, aparentemente deixou um roteiro de seu livro. Clint, entretanto, convocou um roteirista de sua confiança, Nick Shenck, que fez a adaptação necessária.

Percebe-se que a estória original poderia servir para um filme violento ou de ação, mas Shenck se esquivou disso, e com toda razão. O projeto final desconstrói a figura de macho que se observa nos filmes de faroeste ou de super heróis. E aproveita para enfocar a vida do homem idoso, desgastado pelas agruras de sua vida e sem motivação para continuar vivendo, certamente o oposto do diretor, mas que muito provavelmente deve rondar na sua cabeça ao continuar trabalhando!

“Macho” é um “galo de briga”, mas que defende o seu dono do ataque de terceiros. O título em si, se literalmente traduzido, seria “Chora, Macho”!

Eu não tenho intenção de analisar o filme, mas algumas coisas me chamaram a atenção e que valem ser mencionadas: logo no início dos créditos o antigo logo da Warner Brothers é exibido em preto e branco:

 

Eu não sei dizer a que isto se refere, mas acredito que seja possível que a exibição do logo coincida com o ano de nascimento do diretor (1930). Nos créditos finais aparece a a mensagem “For Alan”. E muita gente quis saber quem seria ele.

Trata-se de Alan Robert Murray, que trabalhou com Clint em 32 filmes como editor de som, tendo sido recipiente de dois Oscars, pelos filmes American Sniper e Cartas de Iwo Jima. Alan faleceu em fevereiro deste ano, aos 66 anos. Seu último trabalho foi Richard Jewell, em 2019.

Cry Macho está agora sendo oferecido em vários serviços de streaming no Brasil. Em casa, eu assisti o filme usando o reprodutor Apple TV ligado ao receiver, com som PCM 5.1 e imagem tratada com Dolby Vision, ambos de excelente qualidade. Os discos Blu-Ray e Blu-Ray 4k estão em pré-venda lá fora.

Na minha percepção Cry Macho não está no rank dos melhores trabalhos do diretor, mas o filme é muito agradável, espontâneo e leve para assistir. Sinceramente, eu não esperaria mais do diretor, porque, inclusive ele já disse cinematograficamente o que queria dizer, qualquer coisa a mais seria redundante. Outrolado_

. . . .

O Caso de Richard Jewell

Silêncio no set de filmagens… Clint no filme A Mula

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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8 respostas

  1. Bom dia, Paulo. Dia destes encontrei uma cópia pirata em DVD. Péssima por sinal. Uma curiosidade: zapeando pelos sites de fitas antigas encontrei “Emboscada em Cimarron Pass”. Ótima imagem e legendas idem. O Clint estava já em forma. Filme fraco mas, valeu!

    1. Oi, Celso, bom dia. Eu fico admirado de ainda ver o nosso bom Clint continuar fazendo filmes.

      Um pouco de trabalhos importantes do seu trabalho sequer viram a liz do dia em alta definição, como, por exemplo, Bird, sobre a vida de Charlie Parker.

      Mídia pirata não vale a pena, na minha opinião, mesmo que seja de um título imperdível. Não por causa da mídia, que a turma antipirataria andou espalhando que estragaria o leitor do disco, mas por causa do tráfego clandestino de obras de terceiros.

  2. Bom dia, Paulo. Dia destes encontrei uma cópia pirata em DVD. Péssima por sinal. Uma curiosidade: zapeando pelos sites de fitas antigas encontrei “Emboscada em Cimarron Pass”. Ótima imagem e legendas idem. O Clint estava já em forma. Filme fraco mas, valeu!

    1. Oi, Celso, bom dia. Eu fico admirado de ainda ver o nosso bom Clint continuar fazendo filmes.

      Um pouco de trabalhos importantes do seu trabalho sequer viram a liz do dia em alta definição, como, por exemplo, Bird, sobre a vida de Charlie Parker.

      Mídia pirata não vale a pena, na minha opinião, mesmo que seja de um título imperdível. Não por causa da mídia, que a turma antipirataria andou espalhando que estragaria o leitor do disco, mas por causa do tráfego clandestino de obras de terceiros.

  3. Boa noite, Paulo. Texto elucidativo. Estou ansioso para que o filme chegue logo ao Netflix.
    Abraço e desejo que se recupere logo dos problemas de saúde.

    1. Oi, Celso, obrigado pelos votos de saúde, mas neste momento eu não vejo saída a não ser me tratar e esperar ainda ter tempo para fazer os meus projetos. Um deles já está no YouTube.
      Acho pouco provável que Cry Macho chegue ao Netflix, pelo menos por enquanto, mas nunca se sabe.

      Abraço

  4. Boa noite, Paulo. Texto elucidativo. Estou ansioso para que o filme chegue logo ao Netflix.
    Abraço e desejo que se recupere logo dos problemas de saúde.

    1. Oi, Celso, obrigado pelos votos de saúde, mas neste momento eu não vejo saída a não ser me tratar e esperar ainda ter tempo para fazer os meus projetos. Um deles já está no YouTube.
      Acho pouco provável que Cry Macho chegue ao Netflix, pelo menos por enquanto, mas nunca se sabe.

      Abraço

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